quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais longe.

Passeiam pela rua e são o centro. Porque é a rua de todos os dias, de todos eles. Porque os seus olhares tantas vezes se cruzam entre um “bom dia”, um “boa noite”. Porque são vizinhos, conhecidos ou amigos. Porque nem bem lá no fundo todos os invejam.
As mãos estão entrelaçadas como sempre, mesmo quando nem se tocam. As palavras de cada um completam-se, mesmo quando não as dizem. As suas existências permanecem num tempo e num espaço intocável e incompreensível, para a maioria. Eles amam-se. E todos queriam sentir o que é amar (verdadeiramente) nem que por um dia.
Mesmo com todas as desvantagens, os obstáculos, as prisões, as responsabilidades de um amor assim. Mas… um amor assim não conhece entraves ou exigências. Não se dá, nem se recebe. Partilha-se. Por isso, não se exige. Entrega-se, a cada dia, a cada ano, em todos os gestos e até na ausência deles.
Eles são o que qualquer um que ser, têm o que todos sonham ter. E por isso, são o centro. No sorriso, habita-lhes toda a felicidade. No lado esquerdo da vida, o amor que se guardam…
Eles passam e tudo esquece, porque já (quase) não há amores assim. E na incerteza de o esperar, ninguém o espera. Na incerteza de o encontrar, ninguém o procura. E, assim, vão todos ficando mais longe de o viver. Menos eles.

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